
LIVROS
Texto retirado do prefácio do livro, por Marcos Paiva.
"Este livro é despretensioso. A qualidade dele, para mim, que o escreveu, é apenas de ajudar na discussão sobre o que é improvisação brasileira.
Dentro dos meus estudos no contrabaixo, desenvolvi (e continuo desenvolvendo) o estudo das linhas de contraponto no choro, conhecidas como baixarias, nos contrabaixos elétrico e acústico. O uso das baixarias possibilitou abrir uma nova área de estudo no contrabaixo brasileiro e novas possibilidades estéticas no uso das baixarias; todavia, nunca tive como objetivo colocar o contrabaixo no lugar do violão nas formações tradicionais do choro. E o estudo das frases de violão de sete cordas, do bombardino e do saxofone tenor de Pixinguinha, as baixarias, me conduziram a pensar em um estudo com frases de choro para uma improvisação idiomática na música brasileira ou em harmonias de qualquer tipo de música.
Em se tratando de improvisação, iremos caminhar na ideia de uma improvisação desconectada da melodia principal, ao contrário de um estilo interpretativo da melodia. Nesse sentido estético, estaremos mais pertos da ideia jazzística da improvisação, que de um estilo interpretativo da melodia, com ornamentações, inflexões, articulações, em que podemos caracterizar como flexibilidade rítmica (Sève, 2015).
Partindo dessa ideia musical, este método seguirá uma lógica simples com a sugestão de frases tiradas de choros clássicos em cadências tradicionais do estilo. Em seguida, será proposta uma maneira inteligente de se estudar essas frases e, por fim, ideias de encadeamentos dessas mesmas frases. Alinhado a isso, serão trazidos exemplos de tipos diferentes de cadências tradicionais do estilo e das articulações mais utilizadas.
Dito isso, seguimos em frente."